segunda-feira, 3 de setembro de 2012

Em defesa dos Bandejões






O Bandejão é uma entidade presente em boa parte das universidades públicas. É um restaurante que serve comida aos estudantes por um preço bem camarada, por conta de subsídios do governo.
Consiste também numa espécie de modismo criticar os bandejões. Falar mal da comida, do suco, do tempero, do cardápio, etc. Poucos são aqueles que se dizem satisfeitos com o bandejão que possuem. Paciência.

Eu, particularmente, gosto. Sei que a comida é simples, sem grandes luxos... Mas é bom que seja assim, é coerente, afinal, que por R$1,90 não seja servido aspargo ou caviar no restaurante universitário. O que lá existe é o bom e velho arroz com feijão, salada, mistura e acompanhamento. É o que basta.
Há ainda certo folclore por trás de alguns pratos que dão todo um dinamismo ao dia-a-dia universitário, como o estrogonofe, por exemplo, que é um prato que, quando servido, gera alvoroço por ser raro. Não é de se espantar que um evento inédito na USP, que ocorreu no início desse segundo semestre tenha chegado à Folha de S. Paulo, por exemplo: o Strogoclipse, que consistiu num dia de traços épicos, em que todos os restaurantes serviram no mesmo dia o tão almejado estrogonofe.

A USP, na Cidade Universitária, aliás, possui três restaurantes: o Central, o da Química e o da Física.
Devo admitir que o da Física eu, ainda, não conheço. Porém, no que toca aos outros dois, posso falar com franqueza: Embora, óbvio, eu tenha preferência por um (o da Química, no caso), ambos são dignos e razoáveis
 Já li a respeito dos bandejões em décadas passadas, e até num passado recente, aonde a falta de higiene imperava, o serviço era mal executado, as filas eram intermináveis e a comida era, de fato, muito ruim. Muita pressão do Movimento Estudantil resultou em melhoras perceptíveis nos dias atuais.
Em resumo, manifesto aqui a minha posição de defesa em relação aos bandejões universitários, pois acredito que, pelo preço pago, o serviço se mostra mais do que suficiente. Isso tudo sem deixar de levar em conta que críticas são sempre válidas e que melhorias são sempre possíveis.


OBS: Crônica planejada na semana do Strogoclipse. Talvez o fato ajude a explicar a benevolência do autor para com os restaurantes.

domingo, 5 de agosto de 2012

Tão óbvio, e tão impensável!


Está oficialmente inaugurado o segundo semestre do ano letivo da USP.

E como todo início de semestre, a primeira semana é sempre uma semana de surpresas; pela mudança de professores, de programas, de disciplinas e etc.
E nesse contexto de surpresas, mudanças e adaptações; ocorreu-me também uma surpresa que, de inesperada, tornou-se curiosa.

O causo foi o seguinte:
Era uma quinta-feira aparentemente comum. A aula havia sido breve, pois o professor apenas apresentara o programa do curso e a bibliografia exigida. Tendo dado tempo de sair mais cedo, dei-me o direito de, ao dirigir-me para o ponto de ônibus, observar com mais cautela o cotidiano da universidade ao meu redor...
E já na saída do Prédio do Meio (da Filosofia e Sociais) me deparei com uma turma de cerca de trinta adolescentes que subiam a Rua da Reitoria, vindo da Praça do Relógio. Dois ou três professores os acompanhavam e a euforia era visível nos visitantes da USP.
É comum escolas levarem seus alunos para conhecerem o campus e estimulá-los a estudarem com afinco nos vestibulares.
Naquele instante eu pensei em como são prazerosas essas visitas. Lembrei-me quando, pela primeira vez, adentrei na Cidade Universitária, ainda na condição de aluno do ensino médio. O deslumbramento pela grandiosidade da universidade, a admiração pela boa reputação que goza a instituição, a curiosidade de imaginar como seria o dia-a-dia naquele universo, a imaginação de pensar sobre quais laboratórios ou bibliotecas formidáveis aqueles prédios não escondiam... Todos esses pensamentos foram intensos quando conheci a USP pela primeira vez, e ficava a imaginar se aquela turma de adolescentes não estaria sentindo o mesmo.

Mas eles seguiram para um lado, e eu, ainda pensativo, para o outro.
Cheguei ao ponto em frente à futura Biblioteca Brasiliana com tempo de sobra até a chegada do ônibus. E, curiosamente, instantes depois de ter ali sentado, outro grupinho de jovens em idade escolar passaram por mim. “Que curiosa coincidência”, pensei. Porém, alguns minutos mais tarde, outro grupo parecido aportou em meu campo de visão, e mais outro, e mais outro.
Uma invasão de adolescentes ocorria, por algum motivo, na USP.
Alguns deles andavam com uma sacolinha bege na mão, outros com alguns folhetinhos.
Folhetinhos esses, que foram depositados na lixeira por um rapaz esguio e de cabelos lambidos. Esperei o garoto se afastar um pouco, e, com um estranhamento causado pela curiosidade, obriguei-me a buscar na lixeira o tal folheto.

E nele se lia, em letras garrafais: VENHA VISITAR A FEIRA DE PROFISSÕES DA USP.
Em letras um pouco menores, lia-se: LOCAL: CEPEUSP.

“Tão óbvio, e tão impensável!”, foi o que me ocorreu. Teria sido menos patético se eu não tivesse participado, dois anos antes, da mesma feira, e na mesma época do ano.

terça-feira, 10 de julho de 2012

Conversas de Banheiro


Entre as várias idas e vindas ao banheiro, um fato sempre me prendeu a atenção: as conversas anônimas de boxes.

É extremamente comum ver as inscrições que, para alguns, recebem o nome de ‘pichações’, enquanto, para outros (especialmente no universo acadêmico), recebem o nome de ‘intervenções urbanas’.

Independentemente da nomenclatura, há de se ressaltar o caráter cômico que algumas inscrições.
Há alguns dias, por exemplo, estava no ofício diário sagrado quando comecei a ler as paredes. Não poderia faltar, obviamente, críticas ao reitor:

Rodas: ditador pós-moderno”, dizia. Alguém acrescentou alguns detalhes, com outra caneta, transformando a mensagem emRodas: ½ ditador, ½ pós-moderno”. Confesso que achei curiosa a intervenção.

Noutro canto, foi possível ler: “FHC JÁ CAGOU AQUI”. Senti-me honrado por compartilhar a ilustre presença, embora saiba que se tratava de uma inverdade. Aceitei o fato com uma licença poética... Mas nem todos reagiram assim, porque alguém respondeu, com uma caneta vermelha “cala a boca seu burro”.

Mais à esquerda, porém na mesma linha, lia-se um imponenteo amor é importante. porra”. E confesso que essa mensagem eu já tinha visto em outros lugares, na rua inclusiva. Instantaneamente criou-se um sentimento de empatia entre mim e ela. Reconheci ali algo familiar, além de uma mensagem de profundidade surpreendente.

No canto inferior, observei o último diálogo perfeitamente legível. Alguém, revoltado, escreveu: Seu lixo é a comida dos outros”. Saindo da frase havia uma seta que desembocava, justamente, na direção do lixinho ao lado do vaso sanitário.

Alguém, indignado com o protesto, resolveu protestar também, escrevendo em letras garrafais: “A SOLUÇÃO PARA FOME MUNDIAL É O LIXO, VAMOS TODOS COMER COCÔ!”.

terça-feira, 29 de maio de 2012

Catracalização da FEA




Por um simples acaso, estive na FEA (Faculdade de Economia e Administração) bem no dia em que ocorria o plebiscito que decidirá pela implantação ou não de catracas nos acessos do prédio. Eu sabia que estavam discutindo o tema polêmico, mas não imaginei que, justo no dia em que veria um ciclo de palestras, eu estaria presente no ápice desse debate.

O saguão estava cheio, as pessoas discutiam as propostas, cada uma defendendo seu ponto de vista e várias na fila para votar. Um belo espetáculo de democracia. E, em meio a tudo isso, encontrei também um exemplar de O Visconde – impresso, que é o jornal do Centro Acadêmico na FEA. A edição era inteiramente dedicada a argumentar contra a implantação das catracas (conhecidas também como ‘sistema de controle de acesso’).

Fiquei feliz em perceber o bom senso do CA e a maneira clara que expôs os pontos fracos desse 'plano de segurança’. Primeiro porque, de acordo o pessoal do CAVC (Centro Acadêmico Visconde de Cairu), não foi apresentado nenhum estudo ou estatística referente ao número de furtos e roubos dentro do prédio da FEA. Não se sabe se esse é um problema real da faculdade. Segundo porque, o sistema de catracas, que já dificultaria a vida dos estudantes (com filas em horários de pico, por exemplo), seria uma enorme barreira para a comunidade externa à Faculdade e uma barreira maior ainda à comunidade externa a Universidade. É um sistema que diminui a circulação de pessoas pelo prédio, e vai completamente na contra mão do que reivindicam os estudantes, que alegam, com razão, que a USP é, em muitos momento, um lugar isolado da cidade de São Paulo.

A USP é um espaço público, e não faz sentido criar barreiras para a entrada e saída dos cidadãos. Infelizmente essa é uma tendência na universidade, haja visto que a faculdade de Odontologia já conta com catracas em sua entrada. Na minha opinião, e de uma grande maioria de estudantes, o acesso à Cidade Universitária deve ser cada vez mais facilitado e incentivado, e não o contrário.
Torcendo para que, pelas vias democrática, tal ideia fosse rejeitada, me dirigi à mesária que estava em frente às urnas.

 - Posso votar? – perguntei.
 - Você é aluno da FEA? – ela me respondeu perguntando.
 - Não, sou da FFLCH...
 - Então não, me desculpe. Mas só a comunidade FEA está autorizada a votar.

Saí pela porta principal pensando que, felizmente, aquilo ainda era possível, afinal, dependendo da decisão da ‘comunidade FEA’, em pouco tempo ali poderia haver um obstáculo ao trânsito de pessoas alheias ao seleto grupo.

segunda-feira, 14 de maio de 2012

Bibliotecagens


Decidi, há alguns dias, fazer uma visita à Biblioteca Florestan Fernandes, situada atrás do prédio da Letras e que abriga os livros da FFLCH. Logo de entrada já assinei meu atestado de bixo. Estava passando pela catraca quando fui barrado por uma segurança.

 - O senhor não pode entrar de mochila. Tem que deixá-la ali – e apontou a um cantinho, aonde havia uma pequena fila de estudantes deixando suas mochilas em algo parecido com uma chapelaria.

 Pois bem, resolvido o pequeno imbróglio, pude adentrar o local e, num primeiro momento, apenas andei por entre os corredores, de maneira descompromissada. Percorri todos os andares apenas observando à movimentação, os estudos, as pesquisas, as conversas baixinhas sussurradas pelos cantos...
Após esse tempo de aclimatação ao ambiente, de familiarização, decidi, também, emprestar meu primeiro livro naquela biblioteca. Fui à sessão recém-visitada de Literatura Brasileira, procurei por Machado de Assis – não poderia começar de melhor forma – e o encontrei. Havia uma imensidão de livros do Bruxo do Cosme Velho. Escolhi um que me era estranho... Algo que tivesse o poder de me surpreender: História de Quinze Dias, conjunto de crônicas publicadas por Machado em um periódico. Enfim, satisfeito com a escolha, desci ao balcão para registrar a retirada. Tudo correu bem, a moça simpaticamente me avisou que a devolução deveria ser feita no dia 07/05.

Os dias, então, seguiram seu curso.

Até que me vi imerso no dia 08/05. Percebi que a data da devolução havia passado. Sem saber direito a quais consequências aquele deslize me levaria, meti o livro na bolsa, peguei alguns trocados – preparando-me para uma possível multa – e rumei à Biblioteca para me acertar. Chegando lá já não era mais uma moça simpática a bibliotecária, mas sim um carrancudo atendente.

 - Boa tarde – falei.
 - Tarde...
 - Então, eu gostaria, se possível, de renovar o livro – não havia acabado de lê-lo.
 - A renovação é feita pela internet – eu devo ter feito uma cara de bixo, pois ele se deu ao trabalho de explicar – pelo sistema Dedalus. O senhor pode usar os computadores aqui da biblioteca mesmo pra renovar, lá tem o passo-a-passo.
 - Ah sim. Bem, mas minha aula começa daqui a pouco, vou devolver e mais tarde passo aqui para pegá-lo de novo.
 - Tudo bem – respondeu o bibliotecário, pegando o livro da minha mão.
 - Mas tem um porém, o livro está atrasado em um dia... O que eu tenho que fazer? Há algum tipo de multa ou...
 - Tá atrasado? Então você nem poderia renovar! O senhor fica suspenso da biblioteca por alguns dias, depois vem aqui retirar o livro de novo.

O funcionário fez o cálculo simples (é o número de dias atrasados vezes o número de livros emprestados) e concluiu que eu ficaria suspenso por um dia. Depois de anunciar-me aquela tragédia, disse-me com uma estranha compaixão:

 - Só pode retirá-lo de volta depois do dia 10...

quinta-feira, 26 de abril de 2012

BUSP


Julia Chequer/R7


A certas coisas nós só damos valor antes de termos. É o caso do Busp, ou também, Bilhete USP.
O Busp é uma novidade na Universidade de São Paulo, sobretudo na Cidade Universitária.
Até o ano passado, a USP oferecia – e arcava com todos os custos - duas linhas de ônibus que circulavam pelo campus. Eram os famosos Circulares.
Em 2012 a reitoria veio com a novidade. Os mitológicos Circulares (qualquer dia eu escrevo uma crônica inteiramente dedicada a eles) saem de cena gradualmente, e novos ônibus, desta vez administrados pela SPTrans serão os responsáveis de transportar os alunos pela Cidade Universitária e levá-los até a estação Butantã do metrô. É uma melhoria no serviço, mas que, porém, teve de vir acompanhada de um novo ator do dia-a-dia universitário: o Busp.

Ele é o simpático cartão que garante a gratuidade das viagens de ônibus dos estudantes. É simples, basta entrar no veículo e apresentá-lo ao cobrador que tudo fica certo. O aluno viaja tranquilamente.
Mas ora, imaginem o que não é produzir milhares e milhares de cartões em questões de dias. Tarefa fácil, não é. Portanto, os bixos (sempre eles) foram os últimos a recebê-los.

Eles deveriam, portanto, continuar utilizando o Circular antigo, que não necessita de cartão e que ainda estava a rodar pelo campus.
Aparentemente todos sabiam disso, menos eu.

Eis que na primeira semana de aula, saindo da lojinha do CEPEUSP, ainda sem o Busp e ainda sem saber direito como funcionava o transporte público uspiano, esperei pacientemente no ponto de ônibus, até que avistei o automóvel laranja da SPTrans. Fiz sinal para pegá-lo, ele parou, e eu entrei.
Entrei e fiquei imóvel, por ali, perto da porta mesmo. O motorista saiu andando, mas sempre me encarando pelo retrovisor, com um olhar curioso. Até que, na próxima parada de ponto, ele se vira para trás, dirigindo-se a mim e diz:
 - O sr. já pagou?
 - Não, não... Sou aluno – respondi contente, sem suspeitar de nada.
 - Tem o bilhete USP?
 - Ahn, não, não... Ainda não recebi.
Percebi um olhar impaciente.
 - Vai ali falar com o cobrador.

Virei o pescoço, e lá estava o cobrador a me encarar também. Dirigi-me a ele, então.
 - Hm, eu ainda não tenho o Bilhete. Não posso mostrar a carteirinha?
 - Não sr... Tem que pagar.
 - Mas como assim? Enquanto não recebo o bilhete, ou eu pago ou eu ando a pé?
 - Não sr... Os circulares antigos ainda estão passando. Sinto muito, aqui tem que pagar.
Olhei pela janela atrás do cobrador e reconheci a rua. Num rápido golpe de perspicácia, falei:
 - Desculpe então, eu não sabia. Pode deixar que eu desço no próximo ponto mesmo – fingindo certo desapontamento.

Percebi o olhar irritado do motorista surgir novamente no retrovisor. Ele parou abruptamente e abriu a porta. Eu desci e olhei em volta. Esperei o ônibus partir para soltar um pequeno sorriso... Aquele era, justamente, o ponto da FFLCH. Eu estava em casa...

quarta-feira, 28 de março de 2012

Eleições do DCE

A USP está em efervescência política. As eleições do Diretório Central dos Estudantes dividem opiniões, ou, como está na boca do povo: Polarizam os debates.
De um lado, a surpreendente Reação, com seu apartidarismo e “direitismo”.
Do outro, a situacionista e declaradamente esquerdista Não Vou me Adaptar, com militância do PSOL e PSTU por trás. Há ainda outras chapas de esquerda, mas que se viram reféns de tal polarização do debate, embora tentassem, a todo custo, fazer algum barulho.

O clima era diferente no ar uspiano esta manhã. Pelos lados da FFLCH, todos sabiam o que estava sucedendo, todos estavam, direta ou indiretamente, envolvidos com as eleições. Praticamente não se falava em outra coisa, e, em todo lugar, via-se cartazes com propaganda das chapas, cartas-programas, palavras de ordem e etc. Não havia surpresa, afinal, a Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humana sempre fora uma das mais militantes da Universidade. Mas algo permanecia diferente. Um clima de ansiedade e tensão no ar.

Decidi sair do epicentro das Humanidades e percorrer outras áreas. Passei logo cedo pela frente da Faculdade de Economia e Administração e percebia-se ainda um marasmo, embora já ensaiando para o espetáculo das votações, com intensas panfletagens e discussões políticas que decorreriam mais tarde. No dia anterior eu soubera que a votação havia sido agitada por lá. Soubera também que a receptividade da Reação era melhor por ali do que na FFLCH, aonda Não Vou me Adaptar despontava como favorita. Observei rapidamente, com algum interesse, é verdade... Porém não totalmente satisfeito, afinal, a FEA ainda era um reduto bastante político. Queria ir ainda mais longe para captar a dimensão de tal evento. Fui, então, à Escola Politécnica. O recanto das engenharias.

Chegando à Poli pude perceber uma movimentação de chapas. Entra e sai do Grêmio Estudantil, conversas com diretores dos Centros Acadêmicos, gente que ia buscar urna, gente sendo recrutado para ser mesário, gente dando início às articulações... As eleições do DCE haviam chegado, também, à Poli.
Sentei-me num banco e pus-me a observar. Com o passar do tempo a urna e as cédulas chegaram. Os mesários tomaram postos, e uma a uma, as chapas foram chegando. Posicionaram-se em frente ao Prédio do Biênio e começaram a famosa ‘boca-de-urna’. É verdade que alguns politécnicos pouco ligaram para os militantes e passaram reto diante do cenário eleitoral. Mas é também bem verdade que muitos pararam para ouvir os programas e propostas, tiraram suas dúvidas, envolveram-se em breves debates e até, pasmem, entraram na fila da votação. Fila esta que chegava a ser comprida em alguns momentos, dada a quantidade de gente disposta a fazer valer sua vontade no DCE.
Não sei avaliar se meu estereótipo de apolíticos sobre os futuros engenheiros estava errado, ou, se as eleições ao DCE de 2012 estavam, de fato, atingindo uma dimensão surpreendente, atingindo até mesmo os cursos menos ligados ao Movimento Estudantil.

Passado algum tempo de observação decidi também votar. Conhecia de cor o discurso de todas as chapas, portanto, fui direto à urna e rapidamente registrei meu Voto em Trânsito (afinal, eu não era aluno da Poli). Saí de lá direto pro Circular, um tanto quanto surpreso pelo espetáculo político presenciado naquela manhã fria e nublada.

Ora essa! Ia quase me esquecendo do meu voto.
Bem, como sabem, meu voto é secreto...